sábado, 5 de junho de 2010

CENTRO - Igreja de Nossa Senhora da Lapa


Localizada em uma curva e de frente para o Rio Paraíba do Sul, esta igreja, de tantas tradições, lendas e histórias, é também uma das mais antigas igrejas de Campos, e entre os inúmeros registros, encontramos o seguinte texto no site, Brasil Viagem,

Construídos entre os anos de 1740 a 1748. O prédio do Asilo da Lapa, antigamente, funcionou como um anexo do quartel do Destacamento de Milicianos. No século XIX, foi destinado ao Seminário e serviu posteriormente como sede do Liceu de Humanidades. Atualmente é dirigido pela Santa Casa de Misericórdia de Campos e tem seu trabalho voltado às meninas órfãs das comunidades de baixa renda.

Endereço: Av. Rui Barbosa, 805
Bairro: Centro
Tel: (22) 2722-2816
Visitação: Visitação: das 8h às 12h.

Já o site, da Universidade Federal Fluminense, em sua citação à Igreja, faz referências a tradicional lenda do bairro, o Ururau da Lapa. Vejamos,

Asilo da Lapa/Igreja da Lapa - Conjunto arquitetônico erguido em 1748 na curva da Lapa, à margem do Rio Paraíba do Sul, onde, segundo a lenda, reside o Ururau da Lapa. Trata-se da mais privilegiada vista da cidade.A construção da Igreja começou em 1740. Possuía duas torres, mas em 1863 uma faísca elétrica fundiu a cruz das torres situadas no lado esquerdo do templo, causando sérias avarias. Em 1872, recebeu sua primeira reforma.
Desde que foi criado, com o objetivo de ser uma referência turística a ser mostrada para os turistas que aqui passam, entre as páginas 41 e 43 do Guia Geral da Cidade de Campos, encontramos a seguinte citação,
Tradicional Igreja campista, erguida no bairro do mesmo nome, às margens do poético rio Paraíba. Foi construída em 1748. A Igreja já teve torres e foi local de tradicionais e pomposas festas realizadas no mês de maio – Mês de Maria. Possui, anexo, um orfanato de meninas , e guarda em sua história o lendário mistério do Ururau da Lapa.
Mas é na página 316, do livro Subsídios para a história dos Campos dos Goytacazes, que encontramos maiores detalhes a respeito da história da construção desta Igreja, que hoje, abriga inúmeras crianças abandonadas. Segundo dados escritos por Júlio Feydit,
A 24 de janeiro de 1861, mandou o bispo-capelão-mór entregar à Santa Casa de Misericórdia, a administração da capela da Lapa e o edifício contíguo, antigo seminário que ultimamente havia sido reedificado pelo governo para o extinto liceu, e também das terras de seu patrimônio, a fim de servirem de recolhimento às meninas expostas, anuindo assim às vistas da digna administração da Misericórdia.
O antigo seminário foi à principiado em 1740 e concluído em 1748. Dois anos depois, principiou a receber os pensionistas.
Embora o ilustrado Dr. Teixeira de Mello diga na página 73 de seu livro CAMPOS DOS GOYTACAZES que: “o seminário ficára concluído em 1755, e lançada a pedra fundamental em 24 de julho de 1748”; temos razões para discordar do que escreveu, dizendo: que o seminário nunca serviu pra o fim de sua fundação, porque temos a contrapor além do que escreveu Couto Reis falando em relação ao seminário: “o qual logo teve seminaristas, etc.” o documento que em seguida transcrevemos, guardando como em todas as transcrições, a mesma ortografia, porém grifando as passagens que justificam as razões pelas quais discordamos do ilustre escritor nosso conterrâneo, que tanta luz tem trazido para o futuro escritor que empreender escrever a história de Campos. Nós somos os humildes discípulos do mestre que esboçou aquela obra, “Campos dos Goytacazes”, e esperamos que ele junte mais um título a ela e em outra edição, com os materiais que colecionamos, coordenamos e que todos não cabem nesse modesto livro; escreva a História de Campos, antes que os materiais esparsos sejam destruídos pelas traças.
Eis o documento extraído do livro de notas do 2º cartório de Campos, 1756-1767 folhas 178 verso:
“Petiçam Lançada nesta nota a requerimento do Padre Aleixo de Figueiredo, como procurador de Nossa Senhora da Lapa dos Campos dos Goytacazes; que vendo que os bens da dita Senhora e as esmolas que os fiéis davam estavam levando descaminho, deu parte a vossa Excelência Reverendíssima, para que tomasse contas ao Reverendo Doutor Affonso Bernardo de Azevedo, que estava há 16 annos recebendo as ditas esmolas e estas levávão descaminho, como de gado vaccum e cavalar, negros e esmolas de barcos, citios e o mais que os fiéis dão, e foi Vossa Excelência Reverendíssima servido, mandar que o Reverendo Doutor vizitador João de Barros, tomasse contas ao dito Reverendo Afonço Bernardo de Azevedo, mas o dito Reverendo Doutor vizitador as não tomou, e o dito Reverenço Afonço por si mesmo az deu, e humas contas com menos verdade, por que: carregando na resseita as pensoins que os seminaristas pagávão, que herão sincoenta mil reis em cada anno, lançou na despeza as côngruas que elle tinha como Reitor que herão de cem mil reis em cada hum anno, as quaes parece que devam sahir daquellas pensois e não daz esmolas que os fieis dávão à Nossa Senhora; como também, carregou na despeza hum Relicário de prata dourado, que o Reverendo cônego de Taipu deo de esmola, e huma alampada que outro devoto deu, como dada a receita dez esmolas; estrahiu todas estas despesas, que só az daz suas côngruas emportarão setecentos mil reis, não sendo arregado na Receita as pensoins dos seminaristas, e as mais que o supplicante Ignora, veyo alcançar a Nossa Senhora ou a seu seminário na quantia de hum conto quatrocentos e tantos mil reis; e por que ao supplicante doe o coração ver levar descaminho oz bens de Nossa Senhora, e oz do Seminario estão tão onerados para com o Reverendo Reitor que o faz actualmente administrar. Requer a vossa Excelência Reverendíssima, seja servido mandar novamente tomar contas ao dito Reverendo Doutor Afonço Bernardo de Azevedo, desde o tempo que entrou a administrar os bens de Nossa Senhora e do Seminário, até o presente, pela receita e despeza de cada hum anno, e determinado o que for servido, ficando o supplicante dezencarregado de responder por isso em tempo algum à Nossa Senhora, em atenção a prezente reprezentação- Pede a Vossa Excelência Reverendíssima seja servido deferir como for justiça e receberá Mercê- Despacho- O mundo Reverendo vizitador actual, toma conta com exceção ao reverendo supplicando Afonço Bernardo de Azevedo, de todo o tempo que tem estado encarregado dos bens e administração do seminário de Nossa Senhora, pela referida despeza de cada hum anno , como a acistencia do supplicante como procurador para aspor em nossa prezença , Rio em 30 de Agosto de 1766 annos Bispos.
Do documento que acabamos de transcrever se dpreende que tendo ele a data de 1766 e já havendo 16 anos que os seminaristas pagavam pensões ao vigário Afonso Bernardo de Azevedo, actualmente administrador (diz o documenro) parece que houve outro administrador, mas supondo mesmo que esse fosse o primeiro , isso prova que em 1750 estava não só o seminário concluído, cmo também serveria para o fim de sua fundação , conforme desejavam Braz domingues, o missionário Ângelo de Serqueira e frei Manoel da Cruz, seus fundadores.
Às 4 horas da tarde de 23 de julho de 1864, as asiladas expostas da Santa Casa , com os olhos rasos de lágrima, deixavam o sobrado que agora serve de hospital , saudosas daquelas casas que as havia abrigado da ingratidão dos pais ; e seguiram as 25 asiladas para o seminário , que tomou o nome de asilo da lapa.
O engano sobre a data da fundação do seminário e igreja da lapa é ocasionado por ter sido a torre o frontispício da capela concluído em 1755, pois que desde 1748que na capela da lapa se celebravam todos os atos religiosos .
Alem dos documentos referidos , achamos uma escritura de terras que se dividiam com a capela de N.S. da lapa , passada em 1748. ersse documento dissipa todas as dúvidas sobre a data da funedaçção que pode ser anterior , mas não posterior a 1848.
Em 25 de março de 1863, uma faísca elétrica fundiu a cruz da torre da lapa fazendo avarias serias nessa igreja.
As terras para o seminário foram doadas por Brás domingiues Carneiro à senhora da lapa.
Em 1782 o seminário serviu de quartel à tropa que veio de vitória , a qual depois foi substituída por uma companhia de artilharia montada , criada na vila de São Salvador.
Muitos anos serviu ainda o seminário de quartel ao destacamento de milicianos e para esse fim novas obras foram feitas no seminário. Em 1833, na enchente grande que houve a 2 de fevereiro daquele anos , serviu o seminário para guardar a farinha e carne seca, que o governo mandfou para o Rio de janeiro , para ser distribuída com a pobreza.
O seminário tinha algumas terras na vila e aalguns sítios fora dela, que estavam em poder de diversos arrendatários . Também lhe pertencia a pequena casa anexa ao esmo seminário, a qual foi doada à senhora da Penha da mesma igreja da Lapa além de uma ilha que foi vendida por 1:600$000.
São estas as informações prestadas em 1827 ao juiz de Fora, Sérgio de Souza Pinto e Mello, pelo reitor do seminário o padre Domingos Ribeiro da Costa.
Muitas casas e sítios devem arrendamentos de terrenos ao seminário da igreja da Lapa; da maior parte desses terrenos, nós temos os apontamentos , que indicam os cartórios e épocas em que foram passadas as escrituras para a Santa casa- Sob cuja a administração se acham os bens do seminário e igreja que podem reivindicar quando for necessário.

BIBLIOGRAFIA
FEYDIT, Júlio, Subsídios para a história dos Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, RJ, Editora Esquilo Ltda, 1979.
HEMEROGRAFIA
Guia Geral da Cidade de Campos dos Goytacazes – 1992 – pgs. 41 a 43 – ano 49 nº 49
WEBGRAFIA
http://www.coseac.uff.br/cidades/Campos_antiga.HTM
http://www.brasilviagem.com/pontur/?CodAtr=64447

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